9 de outubro de 2013
8 de outubro de 2013
Clarice Lispector e "A Hora da Estrela"
"...Escrevo para me manter viva...Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada...Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." |
A autora das sensações, eu não poderia definir melhor Clarice Lispector.
Nascida na Ucrânia, se mudou com a família pro Brasil em 1922 e naturalizou-se aqui, tanto que se considerava pernambucana.
Escritora e jornalista, Clarice começou a escrever desde cedo, tanto que com apenas 19 anos, publicou seu primeiro conto "Triunfo" na Revista Pan.
Nove romances, sete contos, quatro livros infantis, além de várias matérias e crônicas publicadas fazem parte da herança literária que Clarice nos deixou, em razão da qual ganhou vários prêmios, inclusive Prêmio Jabuti, que é o mais importante do nosso país.
Curiosidades:
- Em 1944 morou por seis meses em Belém do Pará, para onde seu então marido, Maury Gurgel Valente, que é diplomata, havia sido transferido.
- Em razão da sua participação no I Congresso de Bruxaria, na Colômbia, onde falou sobre o seu conto "O ovo e a galinha", e um comentário de seu amigo Otto Lara Rezende, que disse: "Você deve tomar cuidado com Clarice. Não se trata de literatura, mas de bruxaria". Seu comentário foi baseado nos estudos de Claire Varin, professora de literatura canadense que escreveu dois livros sobre Clarice Lispector. Todavia, a imprensa acabou por descrever falsas aparições da autora vestida de preto e coberta de amuletos, o que rendeu a mesma o título de "a grande bruxa da literatura brasileira".
A HORA DA ESTRELA
Mas o vazio tem o valor e a semelhança do pleno. Um meio de obter é não procurar, um meio de Ter é o de não pedir e somente acreditar que o silêncio que eu creio em mim é a resposta a meu - a meu mistério.
Clarice sempre sonda os lugares mais profundos do psicológico e dos sentimentos de suas personagens, e não seria diferente em "A hora da estrela".
#RESENHA
- O livro conta a história de Macabéa, uma alagoana orfã, que tem dezenove anos e diz-se "datilógrafa". Ela é descrita como uma moça ingênua, que não sabia nada da vida. Essa era a sua melhor qualidade e seu maior defeito ao mesmo tempo, pois era tachada de ignorante. Em seu caminho Macabéa conhece personagens que representam as mentiras do mundo, a vaidade, entre outros. E com as reviravoltas da vida, Macabéa se vê no fundo do poço, e acaba indo procurar uma cartomante com a com a ajuda de uma "amiga". Lá, ela ouve que sua vida será maravilhosa a partir do momento em que ela sair de lá, e acredita nisso. Porém,nada ocorre como descrito pela charlatã.
Em toda sua obra, Clarice consegue emocionar e se aprofundar no mais íntimo do ser humano, conquistando o coração do leitor do início ao fim.
Sou amante confessa dessa autora, e muito dos textos que escrevo tem como inspiração sua obra literária. Por isso faço dela leitura obrigatória para quem se diz bookaholic.
Boa leitura!
"Harry Potter e seus fãs" de Melissa Anelli
7 de outubro de 2013
Apenas justificativas...
Pra quem não sabe, eu Thais, me mudei pra Vitória - ES, e o
Will (master do blog), se mudou pra Manaus - AM . Por isso diminuímos a frequência de
resenhas e contatos, pois estávamos focados em nos estabilizar após a mudança
(na verdade, ainda estamos tentando..rs).
Mas continuamos LEITORES DO NORTE, e o blog continuará sendo
atualizado.
Esperamos comentários e agradecemos a quem possa nos
divulgar também.
Beijos! E como sempre...Boas leituras para todos nós!
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"Morte Súbita" de J.K.ROWLING
Este título conta a história de Pagford e seus habitantes,
que, após a morte inesperada de Barry Fairbrother, membro da Câmara do
vilarejo, fica em choque. Em meio a descrições longas e monótonas, ela nos
apresenta personagens complexos e perdidos, mas que poderiam ser confundidos
com qualquer pessoa real.
Rowling expõem em “Morte Súbita”, de maneira corajosa
diga-se de passagem, toda a feiura e fragilidade humana, através de seus
personagens, mas mesmo assim, não consegui me prender as páginas do livro.
O tom de ironia é marca presente em toda a leitura, o que é
um dos “charmes” desta obra. Todavia, achei o enredo muito confuso, e até um
pouco cruel demais ao tentar relatar a “realidade”, já que (na minha opinião),
ela põe principalmente os adolescentes como se fossem bombas relógios prestes a
explodir, e os adultos como perseguidores sádicos.
A autora, em uma entrevista disse o seguinte quanto ao tema
do livro e sua intenção ao escrevê-lo:
“Os
dois principais temas do romance são hipocrisia e responsabilidade. Eu quis
mostrar como os humanos podem ter sentimentos feios dos quais preferem não se
dar conta; como nós todos somos apanhados em nossos próprios problemas e
limitados pelas nossas experiências de vida. Julgar alguém, declará-lo abaixo
do padrão, concluir que seus infortúnios são devidos a falhas de caráter
inerentes, pode ser um modo de melhorar nossa própria autoestima, porque nosso
sucesso comparado e felicidade não podem ser sorte ou azar, mas sim recompensas
por condutas superiores e talentos.”
Sem dúvida a vida é cheia de conflitos, mas em “Morte Súbita”,
ao tentar relatar os mesmos, acredito que a autora passou um pouco do limite do
cabível. E sem dúvida, por ser uma
autora muitíssimo aclamada e querida, seus fãs esperavam mais.
De qualquer forma, ainda recomendo a leitura de “Morte
Súbita”, afinal, não deixa de ser um bom livro, de uma leitura densa, e por
isso um pouco cansativa, mas que possui personagens que valem muito a pena
conhecer, como Sukhvinder, que sofre bullying. Ela tem pensamentos
suicidas e encontra conforto na dor provocada por ela mesma através da prática
de automutilação, e é um dos melhores personagens com tal distúrbio que já tive
o prazer o conhecer, já que a autora consegue discutir de maneira realista e
enxuta sobre a automutilação, o que pra mim é ponto mais positivo da obra,
tendo em vista atualmente, tal doença ainda é considerada por muitos
desinformados como algo descabido. Todavia está ligada diretamente a psique de
quem dela sofre, e precisa de ajuda, como é o caso da personagem, que teve como
disparo do gatilho da doença o fato de sofrer bullying.
Enfim, demorei muito a escrever uma resenha sobre tal título
por ser assumidamente (e orgulhosamente, diga-se de passagem), uma “pottermaníaca
de carteirinha”, e sendo assim, admiradora de Rownling. Li e reli o livro, para
só agora tentar expressar minha opinião. O que é positivo, frente a novidade
recente de que a mesma lançou outro título, sob o pseudônimo de "Robert
Galbraith". O título “The Cuckoo's Calling”
foi publicado pela Sphere, selo da editora Little, Brown, e
ainda não foi lançado com tradução no Brasil.
Tenho lido críticas excelentes sobre este título, e confesso
estar ansiosa para lê-lo! O que parece, em nada tem haver com a Série Harry
Potter, e quanto as críticas, segue o caminho contrário de “Morte Súbita”, pois antes de ser reconhecido como obra de
Rowling recebeu vários elogios de sites especializados em literatura, tendo um
índice de vendas muito bom para um autor “iniciante no mercado”, sendo este um
dos motivos para que fosse feita uma investigação que levou a desvendar o
segredo de seu verdadeiro autor (no caso autora, rs).
Resta-nos aguardar e degustar ainda mais as obras de
J.K.Rownling.
Boa leitura!
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3 de outubro de 2013
[Resenha] Sábado - Cícero
Depois de algum tempo sem escrever aqui, vou fazer uma coisa bem diferente: uma resenha sobre um dos álbuns quem vem embalando minhas tardes quentes de Manaus, o álbum "Sábado", do cantor Cícero, que foi lançado dia 31 de agosto (um mês atrás). Depois de ouvi-lo, em menos de 24 horas, eu já sabia de cor todos as músicas! O cd tem 29 minutos de pura poesia, feitas com simplicidade, porém muita organização e criatividade. Um trabalho realmente impecável!
O carioca Cícero, ganhou notoriedade através de seu primeiro álbum “Canções de Apartamento”, que foi lançado em 2001 de forma 100% independente, estando este disponível de maneira livre na internet. Seu trabalho, considerado melancólico e intimista, ganhou muitos fãs na internet e na mídia especializada.
Por isso, muitas críticas negativa foram feitas na fan page do cantor após lançamento da prévia do álbum, e eu admito ter sido um desses críticos, que considerou muito monótono, sem vida, o seu novo trabalho, em comparação ao anterior. Mas agora, depois de analisar com calma todas as músicas, posso dizer com certeza que o álbum "Sábado" é como a vida, em que pouca coisa deve ser dita ou nada deve ser dito quando é necessário, mas deixar com que ela siga com naturalidade.
Em entrevista para O Globo, Cícero define seu novo trabalho de maneira perfeita:
Em entrevista para O Globo, Cícero define seu novo trabalho de maneira perfeita:
– "Sábado" não tem clímax, refrões, pratos de ataque, agudos, médios. É um disco de 29 minutos que fiz pensando naquela momento de final de tarde, entre 17h30 e 18h, que não é nem barro nem tijolo, nem alegre nem triste, nem começo nem fim de nada. É um estado de espírito que me acompanha desde sempre.
A verdade é que o trabalho de Cícero, ainda muito embalado com a bossa nova, faz parte desse movimento que muitos chamam de "New MPB", e suas músicas são para momentos de certa boemia da saudade, o que é particularmente adequado para o momento que estou vivenciando, e esta a razão da minha identificação. Aconselho aqueles amantes da boa música que também procurem neste trabalho incrível e, no mínimo, diferente de Cícero o seu momento, o seu tom.
Segue uma pequena amostra de "SÁBADO":
Asa Delta
Eis um dos muitos motivos da minha admiração por Cícero, notem que a estrutura da poesia concretista, organizando palavras como imagens.
Essa se destacou por ser tocada com dedilhados simples, limpa. Sua forma de apresentação no estilo literário, novamente, chama a atenção não só de quem ouve, mas quem procura conhecer sua letra na forma como concebida pelo autor.
- Para baixar o CD entre em http://www.cicero.net.br/
Então para quem não conhecia, fica então a dica de um excelente álbum e um magnífico artista, e para quem já conhecia e curte Cícero, bem vindo ao clube!
PS: Cícero estará em Belém do Pará dia 19 de outubro, no festival Manga. Vale a pena ver o cara de perto!
12 de maio de 2013
Para você que tem asas, um manual de voo.
“Vê mais longe quem voa mais
alto!” *
Sabe aquele tipo de livro
que você lê e relê milhões de vezes e sempre encontra alguma lição para levar
consigo para o resto da vida?
Pois é, este é “FERNÃO
CAPELO GAVIOTA”, de Richard Bach.
O personagem principal Fernão,
é uma jovem gaivota, que, diferente dos outros de sua espécie, do seu bando,
não se preocupa apenas em conseguir comida. Fernão começa desde as primeiras
páginas narrando sua preocupação em aperfeiçoar sua técnica na manobra aérea
que decidiu executar com perfeição. Mas para isso, ele precisa treinar muito, e
acaba por se esquecer de comer, o que deixa seu bando, sua família,
extremamente chateados, pois os mesmos não entendem essa vontade de ser
diferente de todos, de buscar coisas além do que é necessário para se
sobreviver, na verdade, Fernão prefere desenvolver suas técnicas de voo ao
invés de comportar-se como qualquer outra gaivota do bando.
Em resumo, o livro é uma
alegoria sobre a importância de se buscar propósitos nobres para a vida. É uma
metáfora sobre acreditar nos próprios sonhos e buscar o que se quer, mesmo
quando tudo parece conspirar contra isso, mesmo quando todos digam que você não
é capacitado ou destinado aquilo.
Este best-seller vendeu mais
de 40 milhões de cópias em mais de 70 países do mundo, o que é muito justo, já
que através da história de Fernão Capelo, Bach transmitiu uma lição positiva de
vida, abordando as dificuldades de superação dos nossos próprios limites, e o
encontro com a liberdade verdadeira, pautada no amor e na compreensão do outro.
Por isso, este livro continua até hoje emocionando leitores de todas as idades
e nacionalidades.
“A História de Fernão Capelo
Gaivota” (Jonathan Livingston Seagull — a story) foi
publicado em 1970. Seu autor, Richard Bach, que por muito tempo foi piloto da
Força Aérea Americana, após dar baixa, resolveu dedicar-se à literatura., escrevendo
diversos livros, praticamente todos envolvendo o voo.
Muitos consideram Bach um
autor ligado a doutrina espírita, todavia, não consigo ver nele qualquer indício
de livro de autoajuda ou similar. Nem na obra comentada, nem em qualquer outra
obra deste autor que eu tenha lido.
Por fim, acredito que o mais
importante no livro em questão, caros leitores, é entendermos que assim como
Fernão, precisamos nos abrir a novos conhecimentos, sem nos deixarmos intimidar
com a opinião e os conceitos coletivos, buscando sempre testar nossos próprios
limites, e quando possível, os superando para que finalmente possamos realizar
nossos ideais.
Este livro me inspirou e
inspira, até hoje, pois fala muito em quebrar barreiras e tabus preestabelecidos por nossa sociedade. Eu o li pela primeira vez quando tinha
14 anos de idade e passava por um momento muito difícil na minha vida.
Boa leitura!
*Dedico esta resenha a minha
irmã mais nova, que espero presentear em breve com uma edição desta obra
maravilhosa.
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